Publicado em Texto/Poema

09 Outubro 2022 / 09 October 2022

Bom dia para mim & e um bom dia para o mundo.

Há dias certo? Há noites certo? Momentos que nos marcam ou que tu fazes por marcar. Claro que aqueles que me marcam inesperadamente, sabem melhor ou que ficam com cicatrizes mais fundas.

Hoje deixei-me dormir até tarde, consequência disso, ou seja, marca disso, dores de cabeça. Já devia saber ouvir o meu corpo, mas digamos que a mente é uma parte lixada de se entender. Farta de andar as voltas na cama, cansada de ir até às redes sociais (isto dará outro tópico sobre ter dias de estar farta das redes sociais e de como nos consume a vida pessoal), pequeno-almoço como o meu irmão chama-lhe (canela, chia, sementes de linhaça, aveia, mirtilos e proteína de morango), respondendo a mensagens, acompanhada de um café duplo (para de imediato ir à casa-de-banho, quem mais se identifica com “aquelas misturas especiais”) vesti o casaco, peguei num caderno cor-de-rosa e numa caneta azul, coloquei os meus headphones com umas musiquinhas de dormir (calmas) e vamos até la fora, recarregar energias, tirar da alma para o papel sobre a maravilhosa paisagem das minhas famosas cascatas do Rheinfall.

No caminho ate as cascatas, admirei as cores do outono que contrariam o frio do vento, mas que as cores das folhas e aquele calor do sol contrariava. Gosto de admirar a força daquelas flores de primavera de cores vivas que se mantém vivas mesmo quando tudo a sua volta mostra-lhe que o tempo delas já passou. Gosto da calma e do ares de domingo, quer na Suíça, quer em Portugal (nas aldeias). Gosto de sair a rua, sem me preocupar com aparência, só porque é domingo, não sou obrigada a vestir-me a ocasião. Acho que até de pijama podia ir até às cascatas que ninguém queria saber.

Adoro isso, que cada um se meta na sua vida.

E gosto de ir porque estou a ir e a vida é isso ou vamos, ou a vida nos leva. Por isso, aconselho-te a ir por ti mesmo (bolas esta frase bateu mesmo).

Até que fui e os meus olhos cruzaram-se com a água que me infeta com um sorriso e uma calma. Spot escolhido, para um momento dedicado a mim e para a minha inspiração, desliguei-me de tudo, respirei muito fundo de olhos fechados, voltei a abrir os olhos e expressei-me naquele papel com aquela caneta.

Acho que desvalorizamos as coisas simples como o pestanejar, ate um dia ser a última vez, como o respirar ar puro ate um dia ter-nos uma maquina a fazer isso por nós e desvalorizamos a expressão do que sentimos e que vemos. Chamam-lhe magia ou talento, conseguir entre o bater do coração, cérebro, todos os teus sentidos, tendões e músculos que seguram na caneta e fazer este tipo de arte.

As pessoas a minha voltam, passavam, como tudo na vida e gosto de questionar-me qual será a história delas? O porquê de elas estarem ali hoje? Na simplicidade da vida, gosto de apimentar as coisas com o ir mais além de nascer, viver e morrer. Gosto de questionar, sentir porque se até eu tenho uma história que muitos de vocês nem se quer imaginam, gosto de olhar para as pessoas, a minha volta e questionar-me sobre elas e viver nesse mistério.

Vamos à parte de quando tens crianças a tua volta. A perspetiva muda. Não se trata mais da história que elas tem porque uma criança, na sua inocência, é um papel em branco com um lápis pronto a rabiscar. Aqui prefiro só dizer, aquela criança, que a tua história seja sempre em busca da tua felicidade, que sejas uma contribuição para um mundo melhor e que aprendas que as quedas fazem parte da vida e que joelhos arranhados não é nada comparado a um coração traído ou a uma vida vazia. Brinca muito, cai e aprende e vai escrevendo a tua história. É isto que penso para mim mesma quando vejo uma criança.

Inocência, é algo de tão bom, mas tão perigoso.

Solidão.

Algo que sociedade em maior parte associa como algo negativo, mas que muitos de nós sabe o quão é importante a partir de uma idade, estar-nos sozinhos e como esses momentos são sagrados para a nossa instabilidade emocional. Não estou a dizer estar 365 dias por ano sozinho, mas sim ter uma noite dedicada só a nós, ou um momento como este para pode exprimir a nossa inspiração. Eu nunca iria conseguir escrever isto com pessoas aos berros, ou a discutirem ou se eu estivesse extremamente cansada ou muito em baixo.

Para isso, a solidão é boa e algo que recomendo a todos para se descobrirem a vocês mesmos e o quanto vocês são capazes de “sobreviver” e serem fortes sozinhos. Conheço pessoas, que a palavra solidão as atormenta e respeito isso. São pessoas de amor por outras. Que precisam de muito amor porque o amor por elas próprias não é suficiente e não há nada de errado nisso! A minha mãe é uma dessas pessoas onde busca apagar a solidão através dos animais de companhia, ou no quintal. Estar sozinha, só com os seus pensamentos no silêncio da casa, é castigo para ela.

Para mim, a definição de solidão, ou melhor, o peso da solidão é um estado que pode ser monitorizado pelo meu cérebro. Eu controlo se quero, sentir-me sozinha e uso a positividade e as vantagens disso para ir em busca de melhores momentos ou se permito que a mente venha com negatividade e com ela depressão, cenários tristes, questões do tipo, mas porquê que me levarão a lágrimas azedas. Mas com a idade, pressão da sociedade em relação à idade, o stress do trabalho, faz que os momentos de solidão, tem colhido frutos bons, paz de espírito, momentos de reflexão que nos levam a este tipo de escrita.

Na água vejo a calma, no fogo vejo a força, no vento a liberdade e na terra, estou eu.

Fica um até já. Fica a gratidão por permitir-me estar aqui a registar este momento, gratidão por estar viva.

Respirei fundo, arrumei a caneta, fechei o caderno e fui continuar a viver.

Patricia Vila Nova

English version

Good morning to me & and a good morning to the world.

There are days right? There are nights right? Moments that mark us or that you make for marking. Of course the ones that mark me unexpectedly, taste better or are left with deeper scars.

Today I let myself sleep late, consequence of that, or mark of that, headaches. I should know how to listen to my body by now, but let’s just say the mind is a fucked up part to understand. Sick of rolling around in bed, tired of going on social media (this will make another thread about having days of being sick of social media and how it consumes our personal lives), breakfast as my brother calls it (cinnamon, chia, flaxseed, oats, blueberries and strawberry protein), answering messages, accompanied by a double espresso (to immediately go to the bathroom, who else identifies with “those special mixtures”) I put on my coat, grabbed a pink notebook and a blue pen, put on my headphones with some (quiet) bedtime music and let’s go outside, recharge our energies, get from soul to paper over the wonderful landscape of my famous Rheinfall waterfalls.

On the way to the waterfalls, I admired the autumn colours that contradict the cold wind, but that the colours of the leaves and the warmth of the sun contradicted. I like to admire the strength of those brightly coloured spring flowers that stay alive even when everything around them shows that their time has passed. I like the calm and the Sunday air, whether in Switzerland or in Portugal (in the villages). I like to go out, without worrying about my appearance, just because it is Sunday, I am not obliged to dress for the occasion. I think that even in pyjamas I could go to the waterfalls and nobody would care.

I love that, that everyone minds their own business.

And I like going because I’m going and that’s life, either we go or life takes us. So I advise you to go for yourself (damn this sentence really hit home).

Until I went and my eyes crossed with the water that infuses me with a smile and a calm. Spot chosen, for a moment dedicated to me and my inspiration, I disconnected from everything, took a very deep breath with my eyes closed, opened my eyes again and expressed myself on that paper with that pen.

I think we undervalue simple things like blinking until one day it’s the last time, like breathing fresh air until one day there’s a machine doing it for us and we undervalue the expression of what we feel and what we see. They call it magic or talent, to manage between the beating of the heart, brain, all your senses, tendons and muscles that hold the pen and make this kind of art.

People to my return, passed by, like everything in life and I like to wonder what is their story? Why are they there today? In the simplicity of life, I like to spice things up with going beyond being born, living and dying. I like to question, to feel because if even I have a story that many of you can’t even imagine, I like to look at the people around me and wonder about them and live in that mystery.

Let’s go to the part about when you have children around you. The perspective changes. It’s no longer about the story they have because a child, in its innocence, is a blank piece of paper with a pencil ready to scribble. Here I prefer to say, that child, may your story always be in search of happiness, may you be a contribution to a better world and may you learn that falls are part of life and that scratched knees are nothing compared to a betrayed heart or an empty life. Play a lot, fall and learn and go on writing your story. This is what I think to myself when I see a child.

Innocence, it’s such a good thing, but so dangerous.

Loneliness.

Something that society mostly associates as something negative, but that many of us know how important it is, from a certain age, to be alone and how sacred those moments are for our emotional instability. I don’t mean being alone 365 days a year, but having a night dedicated just to us, or a moment like this to express our inspiration. I could never write this with people shouting, or arguing, or if I was extremely tired or very down.

For that, solitude is good and something I recommend to everyone to discover yourselves and how much you are able to “survive” and be strong alone. I know people, who the word loneliness torments them and I respect that. They are people of love for others. Who need a lot of love because love for themselves is not enough and there is nothing wrong with that! My mother is one of those people where she seeks to erase the loneliness through pets, or in the backyard. Being alone, with just her thoughts in the silence of the house, is punishment for her.

For me, the definition of loneliness, or rather the weight of loneliness is a state that can be monitored by my brain. I control whether I want, to feel alone and use positivity and the advantages of that to go for better moments or whether I allow the mind to come with negativity and with it depression, sad scenarios, questions like, but why will that lead me to sour tears. But with age, pressure from society regarding age, the stress of work, makes that moments of solitude, has reaped good fruit, peace of mind, moments of reflection that lead us to this kind of writing.

In the water I see calm, in the fire I see strength, in the wind freedom and on earth, I am me.

So, see you later. There is gratitude for allowing me to be here to register this moment, gratitude for being alive.

I took a deep breath, put away the pen, closed the notebook and went on living.

Patricia Vila Nova

Publicado em Texto/Poema

Hoje fomos meter o nariz na vida de Rui Sousa

No que toca a desafios de imaginar, humor, criar e escrever, eu estou dentro.

Conheci o Rui em janeiro 2022 através das redes sociais e a sua energia e humor destacou-se logo.

Mencionei sobre o meu blog “Na cabeça da Vila Nova” ao Rui e ele disse para lhe escrever algo, do pouco que sei sobre ele.

Disse de imediato ao Rui, tens certeza? Olha que desta cabeça nunca vem coisa boa, é melhor fugires então.

E claro sempre a mandar o emogi das gargalhas e a ter como resposta os famosos Kkkkkkkkk (para mim parece um gago a tentar dizer uma palavra).

Aceitei e fui um pouco mais além do que um simples texto.

Em menos de 12 horas de investimento, acedi as redes sociais do Rui e fui buscar material para criar a minha história quase 100% fictícia.

Historia criada com humor, montei o senário, criei um programa que lhe deu o nome “Venha meter o nariz aqui” e ação.

Voltei ao computador, juntei tudo e aqui está o resultado final.

Ter pessoas conhecidas com o mesmo síndrome – “FDP – Falta de parafusos”, é algo bom mas também muito perigoso. Como por exemplo, ter ideias do género, andar de scooter e ouvir Quim barreiros em voz alta ou então descer ou subir o bom jesus de gatas.

Mas o mundo também é mais alegre com pessoas com esta síndrome.

Agora a falar a sério, o Rui tem mesmo problemas porque trabalha, treina, ama cães, tem energia e alegre. Isto tem de ser um problema investigado, porque de certo é um alien entre nós.

Espero que nada desta brincadeira te tenha ofendido, se sim, olha temos pena, como tu escreves kkkkkk.

Que sejas sempre tu mesmo e que a vida seja sempre uma montanha russa de emoções.

Já agora, um conselho, não andes a trepar penedos no monte. Eu sei que noutra vida foste uma cabrita, mas tens de deixar o passado.

Um grande abraço da colega de hospício.

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