Sempre crescemos na dúvida ou vivemos nela em quase tudo em que atuamos.
E na hora da certeza, em que não temos dúvidas nenhumas, começam as dúvidas dos outros por nós.
Quando falamos na primeira pessoa (valor emocional que sai de nós mesmos) o peso é diferente, o sentimento é diferente.
Na dúvida por nós mesmos, surge o receio, incertezas, remorsos, desistência (todos eles num leque de negatividade).
Nas dúvidas de terceiros, naqueles que só conseguem ver apenas o palpável ou quantitativo, a emoção varia nomeando-se como desilusão, desvalorização, falta de apoio e a falta de confiança.
Nessas situações, o sentimento continua ser negativo mas é algo que outros nos provocaram, aquele sentimento que está a roer dentro de nós e que só passa de duas maneiras: ou pegamos na dúvida dos outros e transformamos em algo que nos dê força para provar o contrário ou acumulamos naquele monte de desgostos (ou sapo da garganta), até ao momento de explosão.
De forma mais clara, é sempre diferente quando duvidamos de nós mesmos e de quando outros duvidam de nós (dependendo da relação que temos com essa pessoa) mas acima de tudo temos de nos mentalizar que isso é normal como respirar.
Duvidar de nós mesmos categoriza-nos como humanos porque não prevemos o futuro e sair da nossa zona de conforto é sempre uma aventura/receio.
Perante as dúvidas de terceiros, é preciso perceber que há as dúvidas de precaução daquelas pessoas que te amam e que sofrem por ti – nessa situação só podes dizer, obrigado e voarei o mais alto que puder a aterrarei da melhor forma possível.
Em relação as dúvidas de outros, fazendo-nos sentir incapazes, pequenos, sem esperança – essas dúvidas, acreditem, são as melhores.
Contrariar uma dúvida de alguém que acha que não vamos conseguir é do melhor do que há.
Fica ao vosso critério, a forma como responder a essa dúvida – mostrando resultados ou mostrando personalidade, melhor ainda as duas juntas.
Imaginem se a dúvida não existisse? Tudo seria básico, banal – não haveria história nem museus.
Pela dúvida façam. E se correr menos feliz do que se esperava, é só dar um passo a trás e recomeçar.
Nao será fácil dividir cérebro do coração, ou ser racional e não emocional, mas assumindo que somos humanos e não máquinas ja é meio caminho andado para ter-nos certeza que é o melhor a fazer.
Disso não tenham dúvidas.
Uma vez disseram-me, que é muito fácil copiar textos da net, que não tinha a capacidade de unir algumas palavras e faze-las cantar como uma balada, que não ir conseguir terminar a corrida, que seria fraca de mais para certos trabalhos ou que tive sorte de estar onde estou ou mais marcante que nunca iria ser ninguém enquanto não crescesse e parasse de sonhar porque nesta vida disseram eles, que o que precisava era de dinheiro e não de sonhos.
E acreditem, foram palavras de pessoas que carregam o mesmo sangue que o meu e que têm um pedaço de meu coração com eles.
Duvidem, questionem, façam me sentir mal – em contrapartida irei fazer o inverso e dar valor a mim mesma.
Tenho dúvidas se todos os sonhos se vão tornar realidade mas tenho certeza que fazem de mim uma pessoa melhor neste pedaço de terra.
PVN, 05 Março 2018