Texto/Poema

Amor por um fio

Simplesmente, desisti.

Fartei-me e vou-te dizer mais.

Desisti de te agradar, desisti de pôr-te em primeiro lugar, desisti de tu seres a minha primeira prioridade

Compreendo que não somos iguais e não temos culpa disso mas eu não tenho o castigo de carregar isso nos meus ombros ou melhor no meu coração.

Não obrigo a ninguém a lutar comigo numa luta em comum mas não sou obrigada a entrar numa batalha sem armas nenhuma e muito menos sem armadura.

Foram tempos que abdicada das armas e da armadura para expor o meu corpo à dor enquanto te protegia.

Agora, já chega.

Tiveste tempo e mais que tempo para arranjar armas para ti mas agora lamento – vais ter de ir a luta sozinho.

Como posso eu construir um futuro com alguém assim? Como vou planear um futuro, se tu só vives o presente ou só queres relembrar o passado?

À tua conta, ignorei a felicidade, ignorei o meu verdadeiro eu e acima de tudo alterei os meus planos por ti.

Chega de as paredes apararem os meus murros enquanto devia ser a tua cara a ampara-los.

Chega das almofadas limparem-me as lágrimas enquanto deviam amparar um sono tranquilo e sonhos de amor possível.

Chega de acreditar em promessas que não passavam de ilusões de 24h – basta.

Mas ainda aqui estou, a ver este amor (amor???) por um fio.

Pergunto-me a mim mesma até onde eu vou aguentar e até onde eu estou disposta a sacrificar a minha saúde e a minha felicidade? Por um monte de tretas como tu?

Uma coisa sei, eu mereço melhor e tu mereces alguém te trate como mereces – um lixo

Desprezo-te, porque só assim consigo ser eu mesmo, tomar as minhas decisões, gostar de mim e colocar me em primeiro lugar.

Tu que se lixe. Ficas na lista de espera.

Prometes-te que me apoiavas em todas as decisões, que me respeitavas e que me amavas.

Pois promessas leva-as o vento.

Devias ter dito logo de início – “Prometo criticar todas as tuas decisões e não deixar-te cumpri-las só porque me apetece, prometo-te desrespeitar-te porque eu sou o homem e eu mando e prometo fazer-te amar-me”

Se me dissesses antes isto, certamente não sofria como hoje.

Lutei tantas vezes sozinha, para nada ser reconhecido e agora só tenho um túnel do futuro muito escuro a minha frente que não quero entrar pois no outro lado sei que estás tu.

Disse uma vez assim: Lembra-te de me respeitares, lembra-te de me ouvir, não me julgues e apoia-me, não me deites abaixo porque não sem se posso descer mais daquilo que já estou.

Não voltarei a dizer porque agora sei que a corda arrebentará e tudo irá cair.

Foi tão simples o que te pedi : amam-me.

Pedi-te uns olhos que me apreciassem como sou, uma boca que me beijasse e conseguisse ter uma boa conversa, ouvidos que me ouvissem quando estava triste, mãos que fizessem carinhos e me ajudassem e o mais importante, um coração que me amasse.

Achaste complicado?

Pois agora mais complicado vais achar quando o fio que me prende a ti partir e espero que em breve.

Assim, solta serei eu de ti…

 

Patrícia Vila Nova

19/02/17

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